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Travessão – O Tesouro Geológico da Serra do Cipó

Foto do escritor: Dicas na Serra do CipóDicas na Serra do Cipó

Atualizado: 14 de mar.

Vista para o Travessão - Serra do Cipó
Vista para o Travessão

Isto aqui é Serra do Cipó e a Serra do Cipó é o “jardim do Brasil”; como bem disse o renomado paisagista Roberto Burle Marx, encantado com a diversidade e beleza da flora local. Aqui estamos na parte alta do paraíso. E este é um belo jardim nas áreas do alto Palácio que fica na altura do Morro do Pilar; ponto de partida para as principais travessias (Alto Palácio X Altamira, Alto Palácio X Cabeça de Boi e Alto Palácio X Serra dos Alves) do Parque Nacional da Serra do Cipó, bem como lugar de visitação consciente, equilibrada e certamente guiada para o santuário das Vellozias Gigantes, para conhecer o berço de nascença do Rio Preto e para contemplar o vasto Horizonte que se estende para além de Morro do Pilar rumo ao norte.


Esta é a portaria Alto Palácio e este, um passeio repleto de belezas naturais, que proporcionam uma conexão profunda com a Serra do Cipó e um dos seus atrativos mais vistosos.


É para você que busca uma linda experiência de contato e imersão na natureza. Para quem aceita o desafio de 18 quilômetros de Serra com vistas cinematográficas, desafios físicos e muito ar puro para uma limpeza completa dos pulmões. Entenda este passeio como um presente e permita-se recebê-lo, como quem merece o melhor de tudo.



Ao longo da trilha para o Travessão as belezas naturais vão se apresentando como um tapete da flora de Campos rupestres e afloramentos rochosos; desdobrando lentamente com fauna e flora endêmicas da região além de um clima favorável para a caminhada na maior parte do ano. Nesta dança de microclimas, é comum que se encontre a “serração” de neblina na maior parte da manhã, mesmo nos dias quentes. Esta neblina desenha um cenário para uma apresentação diferenciada do Travessão. Já do alto da Serra, pouco antes de chegarmos ao primeiro atrativo (Lapa dos Veados), temos uma visão panorâmica na qual captamos vários pontos importantes próximos do Travessão, além de uma linda movimentação das nuvens correndo para dentro do vale formado pelas duas encostas deste monumento incrível.


Trilha para o Travessão - Serra do Cipó

Neste Circuito, gosto de fazer duas paradas, sendo uma delas na Descida da Serra do Palácio para a Lapa dos Veados de onde apreciamos a vista com admiração e uma segunda parada no mirante do Travessão para só então passarmos nos demais atrativos. 


A descida é íngreme e nela encontramos algumas marcações da trilha com piquetes com as pontas pintadas de amarelo e também um pouco de erosão no caminho, além de pedras amontoadas ou galhos secos cruzados como indicação de fechamento das trilhas antigas,  e a sinalização para o novo ponto de passagem. Algumas vezes o caminho está objetivamente  visível, noutras é preciso escolher o melhor ponto de acesso. Nesta altura, encontramos um ponto de água perene para mais abaixo encontrar um segundo ponto de água; este com mais vivacidade. Fazemos a travessia e logo é possível avistar pequenas árvores que fazem lembrar de bonsais por suas formas e tamanhos, porém como jardins suspensos em pequenas encostas e rochas, somando ao todo, umas 5 exemplares.


Na parte mais plana após a descida da Serra é possível ver do lado direito uma trilha, algumas marcações de trilha da trans espinhaço em duas pedras no solo indicando direções que vão para o norte em cor preta ou leste em cor amarela. Por enquanto ignoramos tudo e seguimos mais adiante para a última descida.


A esta altura já estamos muito próximos do cartão postal mais incrível e imponente da Serra do Cipó. Já  é possível ver ao longe uma parte das encostas, bem como as trilhas desenhadas mais a direita do local onde se faz o mirante no qual faremos  nossa parada.


A descida é mais lenta, pois estamos em meio a rochas em um caminho acidentado e a trilha fica um pouco apagada. A esquerda na descida, passa um curso d'água que cruzaremos mais abaixo; e onde vamos molhar o rosto e refrescar antes da reta final. Para os períodos pós chuva é possível ainda ver uma queda ao lado direito que mais embaixo avistaremos melhor pois ficaremos de frente para ela. Essa queda é uma queda perene e a primeira vista se parece muito com a cachoeira da caverna. Descemos mais um pouquinho e então começa-se a revelação da joia mais preciosa deste paraíso. 


Vista para o Travessão - Serra do Cipó

Travessão - Um Monumento Fenomenal

Estamos diante de um dos monumentos naturais mais icônicos e significativos da Serra do Cipó. Este divisor de águas entre as bacias hidrográficas do Rio São Francisco e do Rio Doce é uma impressionante formação geológica e desempenha um papel fundamental nos ecossistemas e na história da região.


Geologicamente, o Travessão é uma estrutura singular, composta por quartzitos e outras rochas que datam de centenas de milhões de anos. Sua formação reflete processos tectônicos e erosivos que moldaram os campos rupestres da Serra do Espinhaço, criando um relevo de altitude que se destaca na paisagem. As camadas de rocha que compõem o Travessão oferecem aos geólogos um registro valioso sobre a história geológica do Brasil, incluindo períodos de formação de montanhas e antigas bacias sedimentares.


Como divisor de águas, o Travessão exerce uma influência hídrica crucial. Ele separa as águas que fluem em direção ao Rio São Francisco, responsável por abastecer grande parte do semiárido brasileiro, daquelas que seguem para o Rio Doce, essencial para os ecossistemas da Mata Atlântica e as comunidades ao longo de seu curso. Esta posição estratégica torna o Travessão uma peça chave no equilíbrio ambiental da região, garantindo a continuidade de diversos ciclos hidrológicos e o abastecimento de inúmeras populações humanas e animais.


O Travessão é um monumento visual e simbólico, um elemento funcional da paisagem com sua imponência e localização estratégica que o transformam em um ponto de referência para visitantes e moradores. A vista panorâmica do alto do Travessão é de tirar o fôlego, permitindo observar a vastidão dos campos rupestres, os traçados sinuosos do rio do Peixe e a rica vegetação que cobre a parte interna de seus paredões. Essa combinação de beleza cênica e importância ecológica reforça seu status como um dos monumentos mais importantes da Serra do Cipó.


Culturalmente, o Travessão também tem relevância. Para as comunidades locais, ele é visto como um marco da paisagem e, em muitos casos, como um lugar de conexão espiritual. Histórias de antigos habitantes da região frequentemente mencionam o Travessão como um ponto de travessia e observação, essencial para a navegação pelo território e para a sobrevivência em um ambiente desafiador.


O Travessão é um elemento essencial para o equilíbrio natural e cultural da Serra do Cipó. Sua imponência e funcionalidade reforçam a necessidade de preservação e valorização desse patrimônio, que conecta o passado geológico, a biodiversidade presente e o futuro das comunidades e ecossistemas que dele dependem.


Poço do Ofurô - Serra do Cipó

Poço do Ofurô

Quando se está de frente para o travessão é difícil pensar em algo que seja muito belo e que não seja ele próprio, o Travessão. Além das dimensões visíveis e monumentais adiante, diversos atrativos podem ser visitados e contemplados neste roteiro. Um deles está um pouco a direita, na caída do Rio do Peixe, pouco antes de ele se juntar ao Vale. Trata-se do poço do Ofurô; um poço entre rochas que formam um pequeno Cânion, com águas escuras e acesso acidentado no caminho para uma vista perfeita como uma janela para o paraíso. O poço do Ofurô fica a cerca de 300 metros do mirante do Travessão. Suas águas escuras podem não ser tão atraentes, mas a vista com certeza é esplêndida e vale a pena uma visita rápida para desfrutar de um banho revigorante em suas águas, aos que tiverem coragem.  Suas paredes internas são revestidas de uma vegetação diversa com musgos, gramíneas e outros tipos muito exuberantes que até o momento desconheço nomes.


A tranquilidade do local e a beleza natural ao redor garantem uma experiência maravilhosa de contato íntimo com a natureza e uma vontade intrínseca de habitar o local sem data de retorno. Pouco acima do poço, é um ponto de passagem para as travessias e mais acima tem um ponto para banho com uma bacia natural em meio as pedras com uma agua morna e em pouco volume entre as rochas, porém o local é bem aberto e parte do dia bate muito sol, o que com certeza faz valer um banho.


O retorno de uma jornada pela Serra do Cipó nunca é apenas físico; é também uma travessia do espírito. E ao encarar a subida de volta, a sensação é agridoce: as pernas já sentem o cansaço, mas o coração pulsa com a euforia das atrações que já foram visitadas. Felizmente, há mais três pontos de parada pelo caminho, oferecendo motivos para recuperar o fôlego e absorver um pouco mais da grandiosidade desse território esculpido pelo tempo.



Sítio Arqueológico - Lapa dos Veados - Serra do Cipó
Lapa dos Veados (Sítio Arqueológico)


Lapa dos Veados: Um Portal para o Passado na Serra do Cipó

Eis que, no final da primeira subida, à esquerda, um novo desvio se apresenta. Antes ignorado em nome do destino principal, agora ele se impõe como um convite irrecusável. Essa trilha nos leva a um intrigante círculo de pedras e à espetacular Cachoeira dos Espelhos. Mas antes de prosseguir, algo mais chama a atenção: uma pequena formação rochosa, abrigo natural e sítio arqueológico de grande importância. Estamos diante da Lapa dos Veados, um relicário pré-histórico que testemunhou os passos de civilizações ancestrais por estas bandas.


A Lapa dos Veados é um abrigo sob rocha; um pergaminho gravado na pedra, onde os antigos habitantes da região eternizaram seus registros visuais. Suas pinturas rupestres pertencem à Tradição Planalto, um dos mais antigos estilos gráficos já identificados na Serra do Cipó. Essas marcas, traçadas há milhares de anos, carregam a essência da vida de povos que habitaram a região muito antes da chegada dos primeiros colonizadores.


Os grafismos encontrados ali são um mosaico de formas zoomorfas, e padrões abstratos que se espalham pelas paredes rochosas, compondo um enigma pictórico que desafia arqueólogos e fascina aventureiros. São vestígios de um mundo perdido, um elo direto com aqueles que um dia caçaram, coletaram e viveram sob a sombra dessas mesmas montanhas.


Embora a datação exata das pinturas da Lapa dos Veados ainda seja um mistério, pesquisas conduzidas em sítios arqueológicos vizinhos sugerem que a ocupação humana na Serra do Cipó remonta a um período de cerca de 8.500 a 12.000 anos atrás. Imagine isso: enquanto vastas regiões do planeta ainda estavam cobertas por geleiras da última era glacial, grupos de caçadores-coletores já percorriam essas trilhas, registrando suas vivências em pigmentos que resistiram ao tempo.


Embora não se encontre muitas informações a respeito, estudos mais aprofundados sobre o grafismo rupestre na região podem ser encontrados no artigo "Lugares, Estilos e Produção dos Grafismos Rupestres na Serra do Cipó", disponível na plataforma Academia.edu. Para os viajantes que desejam se aprofundar no tema, o "Guia da Travessia Alto Palácio – Serra dos Alves", publicado pelo ICMBio, oferece informações valiosas sobre os sítios arqueológicos da região, incluindo a Lapa dos Veados.


A Lapa dos Veados é um lugar mágico, mas que exige respeito para ser preservado. Ao visitá-lo, lembre-se de não ultrapassar as pedras que marcam os limites do território. Não toque nas pinturas rupestres para não danificá-las e mantenha o silêncio, respeitando a energia do local. Leve apenas fotos e, claro, nenhum lixo deve ficar no local, nem mesmo as casacas das frutas. O local não tem estrutura de coleta, então todo resíduo deve ser levado de volta. A Lapa dos Veados é um patrimônio que precisa ser cuidado por todos. Tenho certeza de que a melhor forma de visitar é com a consciência de que estamos preservando um elo com o passado, deixando tudo intacto para as gerações futuras.


Circulo de Pedras ou Círculo dos Ancestrais - Serra do Cipó
Círculo de Pedras ou Círculo dos Ancestrais
Um Círculo de Pedras | Círculo dos Ancestrais

Deixando para trás a Lapa dos Veados, mas carregando na memória a silenciosa presença dos antigos habitantes da Serra do Cipó. Ainda sob a impressão das pinturas rupestres, seguimos pela trilha, (aquela mencionada antes, que era a trilha da esquerda.) cada passo nos afastando um pouco mais do passado registrado nas rochas – ou talvez nos aproximando dele de outra maneira. Logo à frente, um novo mistério se apresenta: Um Círculo de Pedras que ousadamente quero chamar de círculo dos ancestrais antes que alguém escolha um outro nome. Um círculo de pedras, aparentemente abandonado ao tempo, mas repleto de simbolismos invisíveis a um olhar apressado.


Círculos de pedras não são meras formações aleatórias. Em diversas culturas ancestrais, desde os povos das Américas até os antigos druidas, essas disposições geométricas tinham propósitos rituais, espirituais ou astronômicos. Eram espaços sagrados onde rituais eram realizados, onde o humano e o cosmos se encontravam em perfeita harmonia.


Quero imaginar que os povos indígenas do Brasil – incluindo os habitantes ancestrais da Serra do Cipó – viam as pedras como testemunhas do tempo; elementos que guardavam a memória da Terra. Para eles, um círculo de pedras poderia representar um portal, um local de conexão entre o mundo físico e o espiritual. Talvez fosse um espaço de cerimônias, onde antigos xamãs e ou Pajés interpretavam os sinais da natureza, contavam histórias ao redor do fogo ou honravam os espíritos da montanha.


Quem sabe não tenha sido um ponto de encontro, um lugar onde caçadores coletores se reuniam antes de partir para suas jornadas. Entre as rochas e o céu, ali poderia ter existido um centro de troca, de sabedoria, de transmissão oral de conhecimentos que hoje mal poderíamos imaginar.


O fato de o círculo de pedras surgir na sequência da Lapa dos Veados e de outros pontos marcantes da travessia, me obriga a crer que não é por mera coincidência. Trilhas assim, conectando abrigos, cachoeiras e formações rochosas, inspiram a busca por um significado maior do que o deslocamento físico, mas é algo para ser estudado com mais calma.


Este círculo de pedras diante de nós não possui placas explicativas, não conheço um consenso acadêmico sobre sua origem ou significado. Mas isso não significa que ele não tenha algo a nos dizer. A Serra do Cipó, com seus segredos antigos e sua natureza avassaladora, nos convida a escutar, observar, sentir e interpretar de outras maneiras. A natureza está ali e nos observa em silêncio – e cabe a nós decidir se apenas passamos ou se escolhemos contemplar sua grandeza.




Cachoeira dos Espelhos - O Refúgio dos Viajantes de Travessia
Cachoeira do Descanso ou Cachoeira dos Espelhos - Serra do Cipó
Cachoeira dos Espelhos ou Cachoeira do Descanso

A Cachoeira dos Espelhos, escondida entre os campos rupestres da Serra do Cipó, é um refúgio onde a natureza parece brincar com a luz e a água de forma quase mágica. Seu nome não é por acaso: nos períodos mais secos em que as águas estão mais baixas nos momentos certos do dia, quando o sol incide diretamente sobre suas águas cristalinas, a cachoeira se transforma em um verdadeiro espelho natural, refletindo o céu e as montanhas ao redor.


Situada no caminho de retorno da trilha para o Travessão, a Cachoeira dos Espelhos já foi conhecida como Cachoeira do Descanso, um nome que traduz perfeitamente sua essência. O local, que possivelmente serviu de parada para antigos tropeiros que cruzavam a serra, hoje é um ponto de repouso para aventureiros que percorrem a região. A parada é curta, mas suficiente para recuperar o fôlego, saborear um lanche e registrar a paisagem em fotografias inesquecíveis.


A água desliza suavemente sobre rochas de quartzito esbranquiçado, formando algo como uma lâmina translúcida que reflete os arredores como um espelho perfeito. Pequenos arco-íris surgem nas gotas suspensas pelo vento, e a piscina natural formada na base da cachoeira, com cerca de um metro de profundidade, convida a um mergulho revigorante. Mesmo nos dias mais quentes, a água permanece gelada dando sempre um choque térmico inicial que logo se transforma em uma sensação de renovação de energia.


O entorno é um cenário de pura biodiversidade. Samambaias, líquens e musgos se agarram às rochas úmidas, enquanto minúsculos lambaris nadam entre as pedras submersas. Libélulas de core azul vibrante flutuam sobre a superfície da água, completando a harmonia desse ecossistema intocado.


Ela é um convite para a contemplação e a conexão com a natureza. Ali, o tempo parece desacelerar, permitindo que nos percamos na beleza, no som hipnotizante da água e na energia concentrada da Serra do Cipó.


Trilha de retorno do Travessão - Serra do Cipó
Trekking na Serra do Palácio
A Trilha e o Retorno

Após deixarmos para trás o Travessão, o Poço do Ofurô, a Lapa dos Veados, o Círculo de Pedras e a Cachoeira dos Espelhos, seguimos nossa caminhada de retorno, ainda imersos na grandiosidade da Serra do Cipó. O percurso de volta guarda paisagens magníficas e oferece uma experiência completa para os amantes do trekking.


Passamos inicialmente pela Mata das Samambaias, um trecho de aproximadamente 300 metros onde a vegetação se fecha sobre a trilha. Dependendo da época do ano, a mata pode estar alta e densa ou mais seca, o que pode tornar a travessia um pouco desafiadora. Contudo, o fluxo constante de trilheiros mantém o caminho relativamente aberto.


Logo à frente, atravessamos um pequeno córrego, um ponto de parada opcional para refrescar-se rapidamente, geralmente apenas para molhar a cabeça e recuperar o fôlego. A trilha, então, nos conduz a uma subida gradual, onde o cansaço acumulado do percurso se faz presente. Aqui, adotamos um ritmo constante para evitar o desgaste excessivo e manter o corpo aquecido. Alguns fazem pequenas paradas alternadas para descanso, enquanto outros seguem adiante, garantindo uma progressão fluida do grupo.


Ao atingirmos o topo dessa subida, fazemos uma parada estratégica de aproximadamente cinco minutos para nos recompor, comer frutas e ingerir líquidos. Muitos aproveitam esse momento para consumir algo energético, como rapadura ou barras de cereais, garantindo um reforço antes do trecho final. A partir desse ponto, a paisagem se abre e nos brinda com vistas deslumbrantes: à esquerda, avistamos a trilha para as Cachoeiras Congonhas e o Abrigo Congonhas; e pouco depois a Serra da Bocaina se desenha no horizonte; à frente; muito ao fundo despontam os picos da Lapinha da Serra e, em determinados pontos, a direita da trilha, conseguimos enxergar a Pedra do Elefante, um atrativo que também conta com pinturas rupestres, uma cachoeira e um poço cristalino conhecido como Poção.


A visão da MG-10 ao longe nos indica que a jornada está próxima do fim. Seguimos então por um trecho de aproximadamente 1,5 km a 2 km até alcançarmos o asfalto, onde finalizamos nosso circuito. O percurso total soma cerca de 20 km, intercalando subidas e descidas técnicas, algumas marcadas por erosões e trechos de pedras soltas.


Durante os últimos quilômetros, atravessamos campos rupestres repletos de vegetação característica. Canela-de-ema e as Sempre-vivas salpicam o solo, enquanto orquídeas rupícolas e bromélias se fixam nas rochas de quartzito, desafiando a aridez extrema do ambiente.


À medida que nos aproximamos do trecho final, o ar se enche do aroma cítrico das folhas de marcela (Achyrocline satureioides), sinalizando a presença de umidade no solo. O som do vento entre as Canelas-de-Ema se mistura ao chamado das gralhas-do-campo (Cyanocorax cristatellus), compondo uma trilha sonora natural que nos acompanha até os últimos passos da jornada.


Com o coração preenchido pela beleza e pela intensidade da experiência, finalizamos nosso circuito, levando conosco o cansaço físico e também a satisfação de termos vivenciado uma das trilhas mais incríveis da Serra do Cipó.



Dicas para sua visita ao Travessão

Para aproveitar essa experiência ao máximo, é essencial planejar bem a sua visita. Confira algumas recomendações:


  • Passeio recomendável com um guia local: A trilha do Travessão, com suas paisagens deslumbrantes e trechos técnicos, exige conhecimento do percurso e atenção a detalhes importantes. A vantagem de ir com um guia local é contar com segurança, interpretação ambiental e conhecer histórias e curiosidades da região que tornam a experiência ainda mais rica.

  • Melhor época: Entre maio e setembro, quando as trilhas estão secas e a visibilidade é maior.

  • Dificuldade da trilha: Moderada, com alguns trechos íngremes e escorregadios que exigem atenção e bom preparo físico.


O que levar
  • Calçado adequado para trilha (bota ou tênis com boa aderência)

  • Protetor solar e repelente

  • Roupas leves e confortáveis

  • Chapéu ou boné

  • Lanches leves e água potável (mínimo 2 litros)


Práticas sustentáveis
  • Recolha seu lixo – leve sempre uma sacolinha para retornar com seus resíduos e os resíduos que por ventura encontrar na trilha.

  • Respeite a vegetação – evite sair da trilha já marcada e não arranque plantas.

  • Nada de produtos químicos na água – evite o uso de sabonetes e shampoos em rios e córregos.


Viva essa experiência com um guia especializado!

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